segunda-feira, 23 de junho de 2008

Sobre Video Games

Cada vez mais o mundo tem tido um contato mais próximo com os videogames. Aquele aparelho que antes ficava escondido no quarto cada vez tem mais a sua presença assegurada na sala, junto com a televisão, o DVD, o home-teather etc. E isso está atraindo novos olhares a essa incrível forma de entretenimento eletrônico. O que antes era um equipamento desconhecido, agora é notado, e o mais importante: experimentado. Antigamente, um adulto só tinha certo contato com o videogame na hora da compra ou de levá-lo até uma assistência técnica. Jogar? Sem chance. Afinal, além de ser “complicado”, videogame era algo “de criança”, não? Afinal, jogar videogame é algo divertido, uma gostosa brincadeira, e adultos não podem “perder tempo” com brinquedos. Mas agora as crianças de antigamente cresceram e são as atuais donas da sala, e estão mostrando aos velhos pais que o videogame tinha tanto direito de estar na sala quanto aquele bizarro enfeite feito por aquela tia metida à artista.E nos dias atuais não é mais estranho ver videogames devidamente instalados em lugar de destaque na sala, e com isso diversas pessoas finalmente têm experimentado uma jogatina pela primeira vez. Eu sou um exemplo disso: quando era criança meu Atari ficava no meu quarto, ligado na televisão velha da casa (já que meus pais também eram daqueles que achavam que videogame estragava a televisão); atualmente, meus consoles ficam no rack da sala do meu apartamento. Assim, todas as pessoas que me visitam acabam tendo um contato com um videogame, e algumas confessaram que foi a primeira vez que tiveram esse contato. Isso acontece hoje de maneira freqüente e cada vez em maior escala, e acredito que é um ponto de atenção para a indústria de jogos, pois diferentemente dos filmes, os “assuntos” abordados pelos games são muito limitados para acolher tantas pessoas de gostos e idades diferentes. Realmente não adianta o videogame receber atenção desse novo público se ele não puder dispor de um conteúdo mais abrangente e que mantenha o interesse por jogar. Mas aí você me pergunta: não é injusto comparar o videogame com cinema, que tem mais de cem anos nas costas, com o videogame, que ainda é uma mídia nova e pouco explorada? Pode até ser injusto, mas o público não vai se importar tanto com isso na hora de escolher com qual mídia vai querer se divertir. Temos pessoas que finalmente resolvem dar uma chance para os games, para logo se decepcionarem por não encontrarem um conteúdo que possa manter esse um mínimo de interesse.Ele não se importava com orcs, aventureiras malhadas ou naves cruzando o espaço e outros personagens comuns vistos em videogames, tudo o que ele queria era ser motorista em um jogo. Depois de um tempo, cansou de ficar frustrado e nunca mais veio jogar na loja. Assim como ele, nem todas as pessoas gostam de controlar algo fantasioso como a maioria dos protagonistas de jogos, e preferem algo que se assemelhem a si próprias ou à sua realidade, o que explica o grande sucesso que games que fogem do convencional, a exemplo de The Sims, simuladores como Second Life, e mais remotamente, até mesmo jogos mais próximos do tradicional, mas oferecem uma maior personalização do personagem e da experiência que se obtêm ao jogar, como World of Warcraft. Pensando nisso, fica mais forte a idéia de que os games precisam abrir um maior leque de opções de temática e de personalização da experiência de jogo, não somente por uma questão de mercado, mas também para que seja recebido por mais pessoas como uma forma de entretenimento acessível. Esse cenário parece incomodar os jogadores experientes, que muitas vezes agem como se fossem um grupo de crianças que não aceitam um novo participante nesse grupo, com medo das novidades e novos tipos de interações que podem surgir com a convivência com esse novo integrante. Aguardam com devoção extrema a 27º versão de um game consagrado, e pensam duas vezes antes de dar uma chance a um jogo novo ou de temática diferente.

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